Há muito tempo atrás as pessoas cuidavam dos seus filhos e não precisavam ser convidadas a ir à escola. Na verdade elas sentiam a escola como se fosse extensão do próprio lar. Sempre arranjavam um tempinho de estar por lá. Era um tempo onde os pais se preocupavam com quem os filhos andavam, o que os filhos estavam fazendo, como estavam se comportando. E, a escola estava sempre movimentada, era um pai e uma mãe entrando e saindo... O movimento era tão intenso que todos na escola se conheciam pelo próprio nome. Não era a " mãe de fulano" ou tem uma "mulher aqui querendo falar com a diretora". Desde o porteiro à diretora, todos conheciam os nomes, ou pelo menos o nome de um dos pais dos alunos.
Hoje, as pessoas parecem insensíveis à falta de respeito, à falta de moral, e conformados têm seus direitos violados e se calam... Os tempos passaram... As famílias entraram em conflito e sua configuração sofreu com isto. Os pais descobriram que possuem vontade, desejos e conflitos além do espaço famíliar... E, em uma busca desenfreada por se descobrirem mergulharam no egoísmo e na irresponsabilidade familiar.
Se por um lado é psicologicamente justificado, por outro passa a ser completamente inaceitável, vez que pode-se buscar alternativas que não comprometam os entes familiares. A responsabilidade pela constituição e evolução da família é consequência e, deve ser assumida e preservada.
A criança não pode ser atropelada por circunstâncias que independem de sua própria essência.
Sejam quais forem os conflitos, sua vida, suas necessidades precisam ser preservadas. Daí a necessidade de ao menos um pai ou uma mãe presente no cotidiano da criança para que esta se sinta desejada, sinta que existe alguém em quem confiar, alguém que não a deixe na mão, alguém que se preocupe e zele por ela.
Parece muito, mas não é... A criança, em seu silêncio mudo deixa uma lacuna de um pedido por muito do que ela tem direito... A presença não é medida em quantidade de segundos, minutos, horas, meses, anos... A presença estar no olhar, no afago, por mais simples que este seja... Em um simples elogio... Em um conselho ponderado, honesto, sincero, direto e racional... Por incrível que possa parecer, existem pessoas esclarecidas, formadas e bem formadas... mas que, em meio ao egoísmo cegante, deixa de enxergar que uma criança é um ser, um indivíduo único, também com dúvidas, inquietações, alegrias, medos, inseguranças, necessidade de falar, de ouvir, de ser ouvida, de participar, de se sentir notada...
Criança precisa de afeto, de estímulo, de carinho ( nada disso o dinheiro compra, portanto condição social não é empecilho)...
Crianças sente necessidade de que seus pais reservem um tempinho para brincar junto com elas...
Crianças estão em processo de construção, portanto precisam que seus pais participem de sua educação explicando com clareza os devidos "porquês"...
Crianças precisam de pais que estimulem bons hábitos...
Crianças também precisam de limites... E, esperam que seus pais os conduza nesta descoberta de forma diplomática...
Finalmente, já passou da hora da família e escola se sentarem à mesa para, em diálogo, discutir, propor e cobrar medidas, nas quais todos se articulem e participem ativamente, dentro das possibilidades... Retomar a parceria antiga, buscar recuperar o que foi perdido, prevenir perdas presentes e futuras, antes que mais lágrimas sejam derramadas.



















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