domingo, 5 de maio de 2013





A escola ainda presa aos moldes tradicionais continua utilizando a avaliação como meio meramente classificatório e excludente, com raras exceções. 
Em uma pesquisa, fiz o apanhado juntamente com uma colega e chegamos às seguintes informações: 

Intervalos de notas -                  4 a 5      -            6 a 7         -              8 a 10 
MATEMÁTICA                     18 alunos                6 alunos                apenas 1 aluno 
PORTUGUÊS                      18     "                    7     "                           0 

O que leva a um desempenho em percentual: 

Intervalo de notas -           4 a 5          - 6 a 7             - 8 a 10 
% MAT                            72%            24%                 32% 
% PORT                          72%            28%                  0%

Os resultados obtidos se referem ao 6o. ano do ensino fundamental II e refletem  a necessidade de se repensar:

O que houve de errado no processo de aprendizagem?

Este questionamento nos leva à necessidade de se estudar cada avaliação individualmente, tentando resgatar o processo e hipóteses utilizadas pelo estudante para chegar aos resultados.

Não dificuldade de se visualizar o processo, é imprescindível, caso não haja nenhuma conexão plausível, que se faça uma abordagem individual solicitando ao estudante que reflita o processo e explique como e porquê chegou aquele entendimento ou a razão de não ter respondido.

A avaliação é um instrumento valioso que serve em primeiro lugar para o professor, para que este entenda a efetividade e eficácia de seus métodos, do mesmo jeito o contrário deve ocorrer onde apresente indícios de ineficiência ou ineficácia. Reconhecendo os fatos, os resultados devem ser separados: os positivos deverão ser analisados para que se tenha certeza a que ponto refletem a aprendizagem dos alunos, ao mesmo tempo qual metodologia a ser utilizada para que estes alunos continuem no processo de aprendizagem sendo estimulados às fases posteriores.


No caso de resultados abaixo da meta esperada, estes deverão ser analisados cautelosamente para que se entenda quais estudantes não aprenderam por deficiência metodológica, quais não aprenderam por demandarem de estratégias mais adequadas às suas especificidades, quais estudantes não aprenderam em decorrência do contexto familiar/social em que estão inseridas e até que ponto estes obstáculos podem ser minimizados pela escola através de várias ações, discussões, estudos, pesquisas e trocas.



Precisamos mudar nossa concepção tradicional, superada e equivocada dos processos avaliativos, visto que, como somos profissionais não apenas de aplicação, mas de reflexão crítica e ajuste e readequação metodológica de forma contextualizada à realidade de nossos estudantes, devemos pensar todo processo avaliativo em todo seu percurso buscando entender de que forma a avaliação vem se processando em cada indivíduo, e quais suas especificidades, qual a melhor forma de contemplar estas diferenças, para que o objetivo final: a aprendizagem se dê da melhor forma possível.

A avaliação que busca apenas segregar, excluir, estigmatizar e classificar o estudante é abominável, injusta e perversa.


Assim acredito.
Janice M M Simões